Por Louis Zantema
Fundador da Reducept, psicólogo especialista em dor crônica e líder em ciência e desenvolvimento de produto
A dor crônica é uma experiência complexa, influenciada por muito mais do que apenas o estado físico do corpo. Hoje, já se sabe que fatores biológicos, psicológicos e sociais interagem entre si e moldam a forma como cada pessoa sente e lida com a dor.
Esse entendimento está no centro do modelo biopsicossocial, uma abordagem amplamente aceita por profissionais de saúde modernos. Em vez de focar apenas em exames e medicamentos, o tratamento considera o ser humano de forma integral.
“Quando conseguimos reconhecer os fatores que influenciam nossa dor, abrimos novas possibilidades de tratamento e recuperação”, afirma Louis Zantema, psicólogo com mais de 8 anos de experiência clínica no cuidado com a dor crônica.
A parte biológica do modelo se refere à condição física do corpo. Médicos e outros profissionais investigam se há lesões, inflamações ou alterações estruturais que possam justificar (ou contribuir para) a dor sentida.
Algumas abordagens típicas dessa dimensão incluem:
Embora essa seja a forma mais conhecida de lidar com a dor, ela representa apenas uma parte do quadro completo.
A dimensão psicológica envolve tudo aquilo que pensamos, sentimos e fazemos. Isso inclui nossa atenção, emoções, comportamentos, crenças sobre a dor e como reagimos a ela no dia a dia.
Ao contrário do que se pensa, trabalhar os aspectos psicológicos não exige necessariamente um psicólogo. Fisioterapeutas, médicos e outros profissionais da saúde também podem ajudar o paciente a:
“Muitas vezes, quando a abordagem médica não resolve completamente a dor, é justamente nessa dimensão que há mais espaço para mudança.”
Infelizmente, esse aspecto costuma ser negligenciado nos atendimentos tradicionais — mesmo sendo essencial para resultados duradouros.
O ambiente onde vivemos, trabalhamos e nos relacionamos também influencia diretamente como sentimos dor. Chamamos isso de fatores sociais.
Alguns exemplos:
Às vezes, o ambiente pode ajudar muito na recuperação. Mas em outros casos, pode manter ou até piorar a condição do paciente — mesmo sem intenção.
“Vejo com frequência parceiros que assumem todas as tarefas da pessoa com dor, o que, com o tempo, pode reforçar a inatividade e a dependência”, relata Louis.
O ideal é envolver o contexto social no tratamento, buscando equilíbrio entre suporte e incentivo à autonomia.
Compreender a dor crônica por meio do modelo biopsicossocial é fundamental para um tratamento mais eficaz, humano e duradouro.
Trabalhar apenas um desses aspectos pode trazer alívio momentâneo. Mas integrar corpo, mente e ambiente é o que realmente permite ao paciente recuperar o controle e transformar sua relação com a dor.
No Método Reducept, usamos essa mesma visão integrada, combinando educação em dor, tecnologia imersiva e acompanhamento profissional para promover alívio e autonomia.